sábado, 23 de junho de 2007

metáfora dos pedaços.

e é assim, uns atacando os outros, arrancando e estraçalhando suas peles. de boca em boca pedaços vão sendo levados, até achegar a boca maior, a boca do rei.

o rei pega aquele pedaço, decide para onde vai, se seguirá sendo passado até chegar a outros animais ou se ali será seu final, sendo engolido pelo rei sem que mais ninguém se importe.

quando aquele pedaço fresco e ensangüentado é passado para frente nunca se sabe o que vai acontecer. ele pode ser deixado de lado, sem nenhuma importância, apodrecendo aos poucos e sendo esquecido. também pode continuar sendo passado, até chegar àquele que o engole. e, o dono daquele pedaço que já não tinha mais honra nenhuma, é completamente esquecido.

sábado, 16 de junho de 2007

inside.

sentar e escrever, é isso o que eu quero fazer. ficar ali, vendo o tempo voar e a vida passar por mim sem deixar rastros. talvez seja pelo meu grande apreço pela escrita ou pelo minha grande vontade de não viver minha vida, de ser apenas uma telespectadora.

queria eu não sentir nada, não me envolver. não ser sempre tão presente e participativa na minha própria vida. tenho vontade de deixar toda minha vida de lado e ir lá, viver a de outra pessoa, pra finalmente não ter que tomar uma decisão que por mais certa que pareça está lotada de incertezas e de medo do que aquilo poderá resultar no futuro.

melhor ainda, poderia ser apenas uma espectadora, um narrador, algo do tipo. ficar ali na minha, contando minha própria historia, que eventualmente já estaria decidida, sem ter que decidir nada, não fazer nenhuma escolha, sem tomar parte de nada. só ali, escrevendo minha vida tal qual um livro, sorrindo brandamente nos momentos felizes e deixando de lado os momentos tristes.

e, quem me dera fosse real essa historia de destino em que sempre acreditei. destino é, além de uma desculpa pros que tem preguiça da vida, o "fim pré-determinado que orienta as ações e os acontecimentos na vida dos homens". mas será que é possível mesmo algo determinar a vida da gente? logo a gente, que anda, pensa, tem emoções e ainda tem polegar opositor... quem ou o quê poderia determinar a nossa vida? só a gente mesmo, oras.

ta certo que não é sozinho que a gente decide nossa vida, existe sempre alguma forma de influencia, de indução. até porque é essa influencia que nos dá opções às escolhas e usualmente nos traz novas experiências. sem esquecer também que a base da sociedade atual é a escolha atrelada a outra coisa bem nojentinha, que é a competição. logo, se você faz a escolha errada você perde a competição e pode arruinar seu histórico escolar, sua carreira, paquera ou até seu joguinho de poker aos domingos.

pra mim, tomar decisões é com toda certeza a coisa mais difícil de se fazer, é o que me faz superar limites, mas também é o que me traz uma enorme gratificação quanto é tomada de maneira certa. e talvez seja por isso que eu e todas as outras pessoas não desistam de viver de verdade, de sonhar e de aproveitar a vida.

"Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu”.[Sarah Westphal]





escrevi hoje e gostei, simplesmente gostei. amanhã fazer simulado sem ter estudado nada e depois tentar ver se eu tento fazer o teste para o grupo de teatro lá do colégio.

=*

quinta-feira, 7 de junho de 2007

fingimento.

muitas vezes eu me pego fazendo crer o que não é, pego-me fingindo. não sei bem ao certo o porque, talvez pra fazer as coisas serem mais divertidas, mais interessantes. o engraçado é que vejo que não sou só eu que faço isso, todos ao redor fingem um pouco. talvez seja até por reconhecer que todos fazem mais ou menos a mesma coisa nós acabamos fingindo algumas coisinhas para poder nos sentir diferente.

todos, absolutamente todos, fingem. Seja um alguém que sorri forçado em uma foto, alguém que finge alegria quando recebe um presente que não foi de seu agrado, outros fingem na hora h, alguns fingem amar, os deixados de lado fingem não se importar, os infiéis fingem não trair. os seres vivos fingem, só fingem, provavelmente até finjam fingir.

não existe somente o fingimento pro mundo exterior, existe também aquele com que as pessoas enganam-se, traçam seus próprios caminhos entre encruzilhadas da verdade e da invenção. normalmente fazemos de tudo pra buscar um diferencial na nossa vida, mas ao invés disso calculamos tudo, contamos as horas minuciosamente, programamos nossa semana sem abrir espaços pra espontaneidade. talvez seja graças a essa mania de programação que acabamos empregando o fingimento no nosso dia-a-dia. fingir traz mais emoção àquela vida rotineira que a maioria leva, torna nossos sentimentos mais intensos, nossos desejos mais próximos e além de tudo nos torna mais humanos.

o amor parece até mais real quando você finge gostar do seu novo namorado, mas sabe que não se esqueceu do canalha que partiu teu coração em quatrocentos e setenta e duas partes. a vida independente parece mais próxima quando você finge não se preocupar em morar no meio da favela. sua família até parece perfeita quando você finge não ouvir as brigas que seus pais tem de cinco em cinco minutos. seu encontro com o novo paquera parece bem melhor quando você finge estar bem mais nervosa do que realmente está. tudo exala um doce perfume quando você finge não sentir o cheiro da fralda de seu filho recém nascido. seus sonhos de ser uma estrela parecem mais próximos quando você finge ganhar um premio enquanto você esta tomando banho. seu namorado fica bem menos "bola-pra-cima" quando você finge não se importar que ele dançou quadrilha com a menina mais bonita da sala dele. a vida fica, com certeza, bem mais interessante quando você finge todos esses fingimentos e traz com eles sentimentos e emoções que não contem sequer um terço de uma gota de fingimento.











Acabei de escrever, saido do forno. Um pouco sem noção, mas eu gostei, apesar de sentir que não consegui mostrar tudo o que eu queria nele. Eu já queria escrever sobre esse assunto a muito tempo pena que não consegui explorar tudo o que eu queria, mas se não consegui escrever mais acredito que não tinha nada mais pra ser escrito (filosofia dos beatles). ah, tá chega.

Cara, eu devo ter escrito mais de 15 vezes as palavras figem, finge e fingimento.


beijos.