estava tudo bem. estava, até que você chegou e roubou muito de mim, fôlego, músicas e agora livros, personagens. você vai roubando de mim -ou vou eu te deixando levar- sem perceber e por mais que pareça cruel assim falando, não me doi. me dá um prazer sem explicação te ver me levando, transformando em ti o pouco não meu que circula por aqui.
e é assim que eu sei. como grande egocentrica que sou, quando as coisas perdem o status de minhas, pra virarem nossas, ou suas, eu sei que encontrei. é assim que eu sei que encontrei o que as pessoas chamam de pessoa certa, pelo menos por enquanto. por vezes acho até que você saiba, pois por mais pesado que pareça, você carrega bem tudo isso de ser a pessoa e o é com excelencia, mesmo me acordando nos domingos.
talvez seja o fim do ano e a vontade de mudar, construir, viver que essa época traz consigo, mas é engraçado como contigo sempre dá vontade de continuar. deixar tudo crescer até morrer louca de amor ou, indo pelo lado saudável, ter várias crias e plantar um futuro nosso pós-mortem. com você é diferente, não sei pelo seu jeito ou por conta da minha imaginação, eu e você estamos entre o tanto que podia dar errado, que podíamos nos perder antes mesmo de nos acharmos, mas estamos aqui e seguimos.
- entra, pega o que quiser. fica para o jantar?