segunda-feira, 27 de setembro de 2010

estava tudo bem. estava, até que você chegou e roubou muito de mim, fôlego, músicas e agora livros, personagens. você vai roubando de mim -ou vou eu te deixando levar- sem perceber e por mais que pareça cruel assim falando, não me doi. me dá um prazer sem explicação te ver me levando, transformando em ti o pouco não meu que circula por aqui.

e é assim que eu sei. como grande egocentrica que sou, quando as coisas perdem o status de minhas, pra virarem nossas, ou suas, eu sei que encontrei. é assim que eu sei que encontrei o que as pessoas chamam de pessoa certa, pelo menos por enquanto. por vezes acho até que você saiba, pois por mais pesado que pareça, você carrega bem tudo isso de ser a pessoa e o é com excelencia, mesmo me acordando nos domingos.

talvez seja o fim do ano e a vontade de mudar, construir, viver que essa época traz consigo, mas é engraçado como contigo sempre dá vontade de continuar. deixar tudo crescer até morrer louca de amor ou, indo pelo lado saudável, ter várias crias e plantar um futuro nosso pós-mortem. com você é diferente, não sei pelo seu jeito ou por conta da minha imaginação, eu e você estamos entre o tanto que podia dar errado, que podíamos nos perder antes mesmo de nos acharmos, mas estamos aqui e seguimos.

- entra, pega o que quiser. fica para o jantar?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

texto achado na madrugada ii.

corpo magro, branco, branco. sem camisa, alguns musculos no braço, sem barriga. bermuda escorregando pelo quadril portador dos segundos mais lindos ossinhos, cueca mostrando-se. esse, é ele. minha cara, meu amor.

meu. .ele é aquele que sempre me protegeu. a influencia da minha infancia. o dententor de minha admiração incondicional. meu irmão.

irmão meu, amor nosso.

texto achado na madrugada.

e então eu acordo um dia, olho ao meu redor e tudo parece errado. errado para mim ou para o que eu costumava ser? errado de um jeito que é possivel consertar ou irremediavelmente errado?

meus pés procuram o chão, enquanto, em vão, meu cérebro procura respostas. não encontro nem um, nem o outro. procuro placas que me digam o caminho, procuro estranhos com conselhos sábios. não encontro nem um, nem o outro. nem eu, nem o outro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

oi, eu só queria dizer que eu lembro. de você, das suas semanas, daqueles dias de cores e de calma. lembro do seu toque, de como era sentir tua pele nos meus dedos, nos meus lábios. eu já não estou aí, te deixei no meio de um caminho que tomamos por minha culpa. não quero te dizer nada que soe como um pedido de desculpas, mas devo dizer que sinto muito e que te guardo, com o maior carinho possível, com o maior cuidado para não quebrar memória qualquer, pedaço algum que seja tão sensível como você. tenho comigo todos os sorrisos que me deu, todo o amor. guardo também o espaço daquele pouquinho meu que, talvez nem você saiba, ficou contigo.

nem as coisas, nem as noites são as mesmas, mas algo me diz que te devo, antes de qualquer coisa, o meu querer bem. e eu quero.

assinado: pequena.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

você me diz que não, que vai esperar, que não vai dessa vez, que vai guardar dinheiro, paciência, coisa qualquer. aceito qualquer coisa que disser, você bem sabe, mas aqui dentro é tudo tão diferente de ti. talvez seja eu que já tenha perdido muito dessa leveza ou vontade que ainda encontro aí. te digo que vou, vou porque não tenho mais nada a perder, nem tempo.

sabe, essa tua vontade, esse querer acreditar, é uma das coisas mais preciosas que se pode ter. queria poder te dizer para se segurar nisso, não perder, mas tenho medo que no momento que falar isso eu perca os farelinhos que ainda guardo aqui. meus sonhos perderam a cor faz tempo, é tudo planejado no palpável. enquanto você imagina arco-íris infinitos eu só quero pensar que eu esteja errado, que assim sejam os planos que as pessoas conseguem alcançar.

entre tudo que posso querer para ti, desejo, acima de tudo, que você não se perca e coloque alguma cor no mundo blackn'white que está prestes a encontrar.

irevir.

te digo sem medo, os mesmos braços abertos para te deixar ir estão aqui para te acolher na volta. não sei bem como isso vem acontecendo, acho que estou ficando moderna, mas a cada dia acredito mais que maior o amor, maior a liberdade.
amor é livre, é passarinho sem gaiola que volta sempre à janela.