domingo, 27 de janeiro de 2008

aleatórias.

vi "meu nome não é johnny".
é bom, muito bom.

tou ouvindo o cd "Sim", da Vanessa da Mata
esse é muito bom, hiper bom.

estudei nessa primeira semana de aula
me senti bem, sem o habitual peso na consciência

observei que consciência é uma palavra muito feia.
tem muito C.

ultimamente eu tou perdendo a paciência muito fácil.
também tou cada vez menos modesta.

já li 3 livros da minha meta.
bússola de ouro, gg 9, bellini e o demonio.

todos os livros da minha meta, que eu já li...
são bons quissó.

tou viciada numa musica que meu professor de história "mostrou" lá na sala.
acho esse acontecimento bizarro.

tenho que escrever um texto sobre a tal musica.
ele com certeza será postado aqui.

tá, chega.
de aleatórias.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

ui.

eu quero alguém que repare no dentinho torto do meu sorriso, que veja que os sinais da lateral da minha barriga formam um linha quase reta e que me chame de apelidinhos toscos na frente dos meu amigos só preu ficar envergonhada. eu quero ter alguém pra discutir sobre política, feminismo e o último clipe da fergie.

preciso de alguém pra ver e comentar filmes, séries e livros comigo. alguém pra ter o maior quebra pau e depois ir pedir desculpas com o rabo entre as pernas. alguém pra concordar em quem é a cantora mais foda, qual a banda mais original e qual o rapper mais feio.

seria interessante ter alguém que me desse vontade de ter uma tatuagem em homenagem, mesmo que eu nunca tivesse burrice o suficiente pra faze-la, que me fizesse uma poesia ou musica ridícula, sabendo que ela é ridícula e mesmo assim cantasse.

talvez seja muito narcisismo, mas eu bem que queria um "alguém" mais ou menos como eu. com algumas mudanças, claro, pra não ficar chato e previsível. isso, provavelmente, mostra o quão despreparada eu sou pra "ter alguém" e pra falar a verdade nem quero mesmo ter, só tava sendo uma bicha e fazendo esse texto fofinho de mulherzinha.

sábado, 5 de janeiro de 2008

pais e filhos

*Proscênio

Alguém: A cada dia que passa o homem torna-se possuidor de mais conhecimento. Conhecimento, esse, que abrange diversas áreas, como: biologia, geometria, física, psicologia... O engraçado é que apesar de todo esse conhecimento nunca ninguém chegou pra me explicar a razão de nossos relacionamentos com nossos pais serem tão... complexos.


PAI NÃO ENTENDE NADA.

*Abre a cortina

(Pai e filha no sofá)

Pai: Um biquíni novo?
Filha: É, pai!
Pai: Você comprou um ano passado!
Filha: Não serve mais, pai. Eu cresci.
Pai: Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu tanto assim.
Filha: Não serve mais, pai.
Pai: Está bem, então. Toma o dinheiro. Compra um biquíni maior.
Filha: Maior não, pai. Menor.

*Fecha a cortina


*Proscênio

Alguém: Foi mal , mas às vezes eu acho que eles fazem de propósito. Ah, eles devem fingir que não entendem, não pode um cara ser tão por fora assim.


A DESCOBERTA.

*Abre a cortina

(Pai sentado no sofá / filho chegando)

Filho: Papai!
Pai: Meu filho, dá um abraço. Há quanto tempo...
Filho: Quando foi que o senhor chegou?
Pai: Agora há pouco. A empregada abriu a porta, quando soube que eu era seu pai me mandou entrar. Aliás, essa empregada, não sei não...
Filho: Por que, papai?
Pai: Você, um rapaz solteiro, num apartamento, com uma empregada assim...
Filho: Ela só vem de dia. Quase não nos encontramos.
Pai: Você parece ótimo, meu filho.
Filho: É, estou muito bem... por que, mesmo, que o senhor não avisou que vinha?
Pai: Quis fazer uma surpresinha!
Filho: é, e fez mesmo.
Pai: Pois até parece que você me esperava. Está tudo tão arrumado, livros por toda parte. Pensei que fosse entrar aqui tropeçando em mulheres.
Filho: Que é isso, papai...
Pai: Do jeito que isso aqui está parece que você passa o tempo todo estudando... Aposto que é pra conquistar as gatinhas intelectuais, não é, garanhão?!
Filho: Ora, papai...
Pai: Falando em gatinhas, cadê elas? Pelas suas cartas eu entendi que aqui era mulher noite e dia, sem parar!
Filho: Não, Não. Pra falar a verdade...
Pai: Ô, meu filho, traga aí uma bebida pro seu velho.
Filho: O senhor está falando sério?
Pai: Como não? Sou eu que pago por isso, pelo apartamento, as roupas, as noitadas nas boates, os presentes pras várias namoradas, a aparelhagem de som... eu quero poder aproveitar também!
Filho: Papai... acho que só tem guaraná.
Pai: E o uísque importado que você pediu dinheiro pra comprar?
Filho: Papai, as minhas cartas...
Pai: Não se preocupe, meu filho. Escondi todas da sua mãe, pode se acalmar.
Filho: É que... eu exagerei um pouco nelas, nas cartas.
Pai: Como assim?
Filho: Sabe o dinheiro que eu pedia pra comprar presentes para mulheres?
Pai: Sim?
Filho: Era pra comprar livros de estudo, pra mim.
Pai: Não, meu filho! E o dinheiro pras noitadas em boates?
Filho: Gastei em material de pesquisa.
Pai: Você quer dizer que gastou todo o dinheiro que eu lhe dei...
Filho: Com a Universidade e com material didático.
Pai: NÃO ACREDITO! Você não faria isso com seu paizão!
Filho: Papai...
Pai: Meu filho, que decepção!

(Pai começa a passar mal)

Filho: Papai... Pai, você está bem?

(Dona Zulmira, a empregada, entra na sala)

D. Zulmira: Que foi, fi?
Filho: Traz um copo d’água, rápido!
Pai: Pode ser refrigerante, meu filho.
Filho: Um guaraná, rápido!
D. Zulmira: Mas não tem guaraná.
Pai: NEM GUARANÁ?
Filho: Calma, papai. Traga a água, D. Zulmira.

(D. Zulmira sai da sala)

Pai: Aaaah, meu filho! Você podia ao menos ter arrumado uma empregada bonita ao invés dessa velhota!

(D. Zulmira volta)
D. Zulmira: Aqui está a água, doutor!
Pai: Obrigado.
Filho: Obrigado, Zulmira. Pode ir.

(D. Zulmira sai)

Pai: Meu filho, e a aparelhagem de som? O dinheiro que eu mandei pras caixas de som gigantescas, a picape de DJ e a luz de discoteca?
Filho: Foi pra comprar um microscópio, papai.
Pai: AAHNNN?! (Desmaia)

*Fecha a cortina


*Proscênio

Alguém: Ok, acho que eles realmente não têm a capacidade de entender a gente.


O BONECO.

*Abre a cortina

(Mãe dando um boneco de presente ao filho)

(Filho desembrulha e observa o presente)

Filho: Legal.

(Filho examina o brinquedo)

Filho: Como é que se liga?
Mãe: Não se liga, filho.

(Filho procura por alguma coisa na embalagem)

Filho: Não tem manual de instrução?
Mãe: Não, não precisa de manual
Filho: O que que ele faz?
Mãe: Ele não faz nada. Você faz coisas com ele.
Filho: O quê, por exemplo?
Mãe: Sei lá.. coloca ele pra dançar, lutar, voar...
Filho: Ah, então é um boneco.
Mãe: Sim, é um boneco.
Filho: Um boneco, boneco. Boneco, mesmo.
Mãe: Você pensou que era o que?
Filho: Nada, não, mãe.

Filho: Brigado, mãe.

(Filho corre pra frente da tv e vão jogar vídeo-game)

(A mãe fica ao lado da tv colocando dois bonecos pra brigar)

Filho: Legal. (Sem desviar o olhar da tv)

*Fecha a cortina


*Proscênio

Alguém: O propósito da peça era tentar entender o atual relacionamento de pais e filhos. Talvez tenhamos escolhido os contos errados ou escrito falas totalmente sem conteúdo para este que vos fala. Mas quem sabe esse não era o certo a fazer? Acreditamos que esse segredo da ciência moderna tem que ser desvendado por cada um e pelos seus respectivos pais.
Já dizia Renato Russo: “Você me diz que seus pais não lhe entendem.
Mas você não entende seus pais.”



















essa é a peça que eu vou propor ao povo lá da minha sala. eu gostei e vc?