sexta-feira, 26 de setembro de 2008
ao interior de.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
passatempo.
ela sempre andara devagar. até já chegou a ser motivo de chacota por isso. não andava devagar por lerdeza. era, simplesmente, desligada do tempo. não o entendia, parecia-lhe complexo demais.
o tempo sempre fora uma variável para ela. por vezes muito lento e algumas raras vezes muito rápido. tinha certeza de que havia dias em que a preguiça do tempo era proporcional a dela.
estranho foi o dia em que o tempo, que apresentava-se comumente lento, acelerou. ela teve duvidas se foi o tempo dela ou o do mundo que apresentou a mudança. poucos dias pareceram semanas. as semanas, meses.
os dias, em si, pareciam razoavelmente normais, lentos e chatos. só apresentavam diferenças em apenas um momento. era nesse momento que a chatice e a normalidade perdiam lugar. a lerdeza ainda atacava-lhe, mas não ao resto do mundo.
era como nos filmes, quando querem mostrar um momento que vai ficar pra sempre. as pessoas que interessam estão em câmera lenta, enquanto os demais andam rápido, apressados. e era bem assim. nesses momentos contava as batidas do coração acelerado, analisava todos os cheiros e até sentia o vento dos acelerados que batia-lhe o rosto fortemente.
o problema é que ela ainda não sabe por quanto tempo o tempo ainda vai brincar de fazer a semana virar mês ou da vida virar filme. talvez, quando ele resolver parar exista uma razão para ela começar a correr.