domingo, 23 de novembro de 2008

el..

ela chegava com sua mochila nas costas. preta, com riscas de giz. sorria o mesmo sorriso descarado de sempre, olhava pros lados e em seus olhos a tranqüilidade se instaurava. parecia que nunca havia saído dali, que era sua casa. quando, na verdade, aquilo era tudo novo pra ela.

 

viu-me de longe. ela sabia muito bem fingir-se de cega, mas era verdadeiramente sagaz para encontrar alguém. sempre muito preguiçosa e fingindo impassividade, ela nem sequer deu sinal que havia me visto. adiantei-me e parei na sua frente. pra variar, ela falou alguma coisa desagradável e conseguiu esmigalhar o clima de reencontro.


tudo o que acontecia tinha um "quê" de surrealidade. como assim as coisas que a gente planejou estão acontecendo? desde quando que coisas planejadas acontecem? isso normalmente não existe, mas ela, sempre querendo bancar a imprevisível, fez existir. é, ela realmente tava na minha frente, no aeroporto, me encontrando depois desses 2 anos quase sem contato!


queria muito aquele abraço dela. talvez toda a ruindade daquela cidade perturbante desaparecesse quando eu sentisse de novo um dos melhores abraços de todo o sempre. e foi assim. só por alguns segundos, mas foi.







-> ê. postei \o/ e abusei do egocentrismo.