domingo, 29 de março de 2009

madrugada.

cartas não lidas, postais não mandados, alianças não entregues. ela é assim, uma não ação de uma quase coisa. entre a noite e a manhã, não sendo nem noite e nem manhã. escura, fria e amedrontadora para alguns, ela pode ser clara, quente e esclarecedora para outros.

engraçado pensar que nessas horas, entre o zero e o alguma coisa, é que o mundo acontece. pessoas se conhecem, separam, morrem, nascem e dançam. dançam essa musica entorpecente do dia de hoje que não acabou e do amanhã que não chegou. dançam às formas da vida que se formam nessa iminência de nada, com ar de tudo.

na madrugada, sendo e não sendo, tudo é ou se torna alguma coisa.




quinta-feira, 19 de março de 2009

graciosa.

ela?
ela nem sabe que entre uma conversa qualquer e uma outra cheia de significados e importancias, eu parei. parei pra olhar, pra analisar tudo... parei, e sorri.

passei bastante tempo deixando aquele sorriso brincar entre os meus lábios. quando, assim, do nada, como aquilo tudo, uma pequena porção de água salgada escorre pela lateral direita do meu rosto. o sorriso virou um riso.
como um pirata, eu encontrara meu tesouro.

quarta-feira, 18 de março de 2009

e ela me olha e diz:
- você se consome e deixa as coisas te consumirem. sempre foi assim.
eu abaixo a cabeça, penso em tudo. os vicios, as pessoas, as modas, as vontades e, de novo, as pessoas. é, eu consumo tudo. consumo a mim sem notar, até.

apelo pra mentira, então:
- você não me conhece.
não, nem levanto a cabeça pra falar isso. como eu poderia olhar pra ela?
ela fala calma, como sempre:
- eu te conheço mais que você mesma, sei tudo o que se passa ai dentro.
- não, não sabe. eu me conheço bem.
digo, e vou embora.

é. eu minto para mim sem notar, também.

sábado, 14 de março de 2009

a vida é engraçada,
mas eu não preciso rir de todas as piadas, preciso?