quarta-feira, 16 de julho de 2008

mobile.

faz um tempão que eu tou querendo fazer isso que eu vou fazer. abrir um notepad aqui e falar um monte de asneira, merda, idiotice. não fiz antes porque andei um pouco, meio que, no descontrole, coisa de loucos, pertubados mentais.

queria falar de uma coisa meio polemica, sabe.. aborto e tal. mas todas as vezes que tentei escrever saiu merda, idiotice, asneira. alias, qualquer coisa que eu planeje escrever ultimamente sai uma merda.
aposto dez pilas com qualquer fantasma que isso aqui também vai sair uma belezura.

tou com problemas sérios de escrita também. nunca consigo escrever "uma" de primeira, sempre sai sem o bendito "a", fico parecendo uma toda-burra que não sabe concordar os generos. pior que isso só minhas novas manias de plural: a de colocar onde não tem e a de não colocar, ambas ótimas, né.

vou aproveitar esse post-vidaloca aqui pra comunicar sobre o casamento da minha irmã-samantha. foi lindão. tava nervosa na hora da cerimonia. gente, estar por dentro dos detalhes é horrivel, fiquei com medo das coisas não darem certo. só faltei esmagar a mão do irmão-george, tive pena do pobrezinho. a parte boa foi que deu tudo certo e foi, realmente, muito feliz ver ela se casando, realizando o sonhozinho dela de tá junto com o meu cunhado-eduardo. tive pena demais dele, tava nervoso pra caramba, mas pelo menos agora eu vi que ele merece ficar com minha doninha linda, tou até deixando ele ficar com ela de bom grado. pra eles agora é so felicidade!

falar das férias também, né. meu deus, acho que tão sendo de longe as mais movimentadas. assim, eu nunca tive muitos amigos tchuns e tal, ai geralmente minhas férias eram resumidas em dormir. ok, eu também era cheia de má vontade de fazer amizade com o pessoal do colégio, eu admito. mas agora eu ando saindo com uma galerinha legal, oh. tou percebendo também umas amizades legais com uns crescimentos legais, tou achando tudo isso muito legal. espero que meu sono e meus livros não fiquem com ciumes dessa parte do post, também gosto muito das férias com eles dois.

aiai... o post já tá grande e semi-ridiculo. é melhor eu parar antes de alcançar toda ridiculeza possivel.

(só pra deixar claro, eu não sou pirangueira. eu, na verdade, odeio esse negócio de vidaloca. coloquei só pra frescar.)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

uma peça de mobília que é um assento apoiado sobre pés.

todo dia, santo ou não, ele estava lá. chegava de mansinho, procurava onde sentar. um dia encontrou uma cadeira em um cantinho qualquer, abandonada. pra ele, ela parecia não muito confortável. mas ao sentar-se na cadeira, ele pôde perceber o quão perfeita ela era. parecia ter sido feito, moldada, pra ele. acomodava-lhe tão bem quanto qualquer cadeira que ele mesmo comprou e escolheu.

ele passou a sentar-se lá, na cadeira, todos os dias. ficava por horas. tinha até um carinho especial por ela. por vezes, antes de chegar, tinha medo de alguém estar sentado nela. ensaiava as palavras que diria a quem cometesse tal insanidade, tentasse tomar sua cadeira.

então, enfim, chegou o dia. chegou na hora que sempre costumava chegar, sentou como costumava sentar. ficou ali por algum tempo sem fazer nada especial, como sempre fazia. foi em meio as suas longas piscadas que ouviu o "craque" e sentiu-se no chão. é, ele realmente estava. a cadeira havia quebrado.

não acreditou que a cadeira pudesse, um dia, fazer aquilo que fez. porém, resolveu acreditar que o grande problema era com ele. provavelmente estava muito gordo, tinha se movido demais, ou talvez fosse só a fragilidade da cadeira.

ele consertou os pés da cadeira. tratou-lhe bem como sempre fazia, com aquele carinho totalmente irracional com que ele a tratava. quando não estava com ela, procurava treinar o controle dos movimentos, seguia uma dieta regrada, fazia exercícios. era seguido por uma constante inquietação a respeito da sua tão amada cadeira.

era um dia de sol. acordou-se mais tarde do que o normal, estava atrasado para sentar-se em sua cadeira. tinha uma sensação estranha, parecia que algo ia acontecer. sem muito ligar pegou o jornal na banca e seguiu para seu diário encontro.

chegou e sentou-se logo na cadeira, ficou cerca de dois minutos ali. virou um pouco o corpo pra esquerda, depois pra direita. foi pra frente e, então, pra trás. não achava a posição correta. não achava o seu lugar. levantou-se e voltou a sentar algumas vezes, mas não encontrou.

ia tentar um ultima vez, mas ao se levantar parou e olhou a cadeira. pensou no motivo de tamanha persistência para sentar numa cadeira que havia mostrado claramente que não o queria sentado lá. jogou o jornal no assento, virou as costas e foi embora.

o jornal já não está mais lá há algum tempo. nem ele, nem ninguém.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

cadeira.

estava lá, reservada. nenhum mais podia sentar nela. parecia que fora moldada pra uma só pessoa. não necessariamente a ideal, mas aquela pessoa.

esperava-se, então. esperavam que tal pessoa, finalmente, chegasse e tomasse seu lugar. os ponteiros já andavam quadras e mais quadras, até o mais rápido deles parecia parado. o tempo passava. devagarzinho, quase parando, fazendo duvidar.

o vento batia lento contra ela. alguns a favor do vento tentavam, sem sucesso, ocupá-la. os demais já se impacientavam com a demora. batiam pés, dedos e cabeças. piscavam os olhos demoradamente, esperando que ao abrir a pessoa já tivesse chegado. em vão.

os relógios já corriam maratonas, as piscadas viraram sono profundo. a impaciência virou desistência. o vento que antes era vagaroso, passou a bater-lhe forte. fez, então, a pobre cambalear da direita para a esquerda. em um barulho abriram-se todos os olhos, pararam-se todos os relógios.
a cadeira estava no chão.


- inspirado em ronnie von, espelhos quebrados.