domingo, 30 de dezembro de 2007

rage.

o som tocava alto, as guitarras pareciam gritar mais forte do que todo e qualquer ruído presente na sala. seu corpo exalava tranqüilidade, seus movimentos eram calmos e rápidos.

as mão seguiam um movimento ritmado e com uma força surpreendente acertava, sem pena alguma, a cara de um jovem deitado no chão. via-se apenas o vulto de um soco, esse era seguido de um barulho.

a cada soco que dava sentia mais raiva, a distorção da guitarra parecia penetrar em seus ouvidos e brincar com seu cérebro, desafiando-o à, mais uma vez, bater no rapaz que já estava com seus dentes da frente espalhados pelo chão do lugar.

em um impulso vindo de lugar nenhum, ele distanciou-se do corpo estendido no chão, chutou o individuo, passando de raspão pela cara dele, e saiu andando. a guitarra continuava em seus ouvidos, ouvia o fino grito do desespero, a primeira e mais fina corda parecia chorar.

olhou pra trás, viu que, na verdade, quem chorava era o rapaz, uma figura banguela e ensagüentada. enquanto chorava balbuciava palavras, pedia perdão. ele andou até o rapaz, avistou seus olhos. em um movimento brusco deferiu-lhe outro chute, dessa vez certeiro, no rosto. respirou fundo, saiu andando e não voltou.








Listas para 2008

de livros:

gossip girl 9
bellini e o demônio
bellini e os espíritos
a bússola de ouro
a faca sutil
a luneta âmbar
a filha do fabricante de fogos de artifício
(outros).


de coisas pra fazer:

estudar
academia
acordar cedo
economizar grana
dormir cedo
escrever(é, essa fase criativa não dura pra sempre não :~ )
estudar.


de desejos pros outros e pra mim:

dinheiro.


de coisas que eu quero que aconteça:

passar de ano sem preocupações(sim, já estou pensando no fim dele.)
viajar
escrever uma musica
não perder nada que eu goste
ficar com os braços malhados.



à respeito do texto, favor não pedir explicações, é só mais um como qualquer outros, sem significados... opa, lembrei agora que alguns outros tem significados.

sábado, 29 de dezembro de 2007

love is a losing hand.

entre sua mão trêmula estavam duas cartas.
o naipe? copas.
as cartas? uma dama e um ás.

a luz parecia hesitar, coincidiam, então. seus dedos seguravam as cartas, o coração desenhado nelas parecia pulsar fortemente contra o seu polegar.

ele precisava tomar uma decisão. continuaria o jogo, apostaria suas fichas no risco de perder ou pararia ali, num porto seguro, onde nada o afetaria.

no rádio ao seu lado um velho jazz tocava, uma voz feminina, essencialmente forte saia das caixas de som, invadindo a sala. amores incertos, eram ali, na musica, retratados.

o jogo era bom, a dama era valiosa e estava em sua mão. o ás, sendo a carta mais forte lhe pareceu um suporte pra qualquer possível fracasso.

os corações aceleravam a cada batida da compassada bateria da musica, a voz grave continuava a encher a sala, entrando-lhe pelos ouvidos e ali ficando.

provavelmente seria vencedor se ali continuasse. pegou em todas as suas fichas, contou, encarou. porém, impulsionado por algo indescritível, amassou as cartas em sua mão, jogou-as com raiva no colo do rapaz que recolhia as apostas e cartas.

saindo da sala, ao parar na porta, ouviu as pessoas comentarem o quão ele fora burro. respirou fundo. sem, pela primeira vez, hesitar saiu da sala. andando na rua pensou no que fez, tentou escapatórias... mas no fundo, tinha certeza sobre o porque da desistência, há muito ele já sabia. 

era um covarde.



"played out by the band
love is a losing hand
more than I could stand
love is a losing hand"
- amy winehouse.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

o.O

meu irmão, eu fico puta, PUTA, com essa galerinha que diz que odeia o natal. "blá blá blá Natal é uma data capitalista", ééé, vê-se bem quem é capitalista, são esses idiotas que acham que o mais importante do natal é receber presente. apesar de já ter virado um clichê essas antinhas ainda não entenderam que a parte importante do Natal é união, cumplicidade e tal, mas nãão, só sabem dizem que é uma data imposta pelo comercio, até porque esses daí metidos a rebeldes já não têm nem família porque roubavam dinheiro dos pais e foram deserdados (sorte dos pais, diga-se de passagem).

pior ainda é quando chega os que falam "blá blá blá vocês Seiando (siiim, errado! vi por aí a fora na internet uma antinhas que não sabiam nem escrever) e as criancinhas na áfrica morrendo de fome", aí pronto, um feladumaegua pseudo-intelectual que enche o cu de maconha, rouba o dinheiro dos pais acha que é muito correto, né?! enquanto esses baitola tão comprando a maconha o tanto de gente que é vítima do tráfico de drogas é incontável!

tá, certo, eu sei que é algo importante você pensar na política do mundo, na situação.
mas taí que eu não aceito justamente esses feladaputas virem me dizer o que fazer, dizer que eu comemorar meu natal feliz, com minha família, onde todos são decentes e todos se amam, é errado.

ah, meu, vão se fuder e soquem no cu essa frustração com o bom velhinho.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

interpretação

"Acabou
Agora ta tudo acabado
Seu vestido estampado
Dei a quem pudesse servir"

esse é o começo de uma música da Ana Carolina, musica muito boa por sinal. o nome da música é "vestido estampado", acho que é a melhor dela, até. tá, né?! mas o que diabos vocês tem a ver com isso?
é o seguinte, eu tava pensando sobre essa história de interpretar textos dos outros. pra você ver; tem texto meu que EU não sei interpretar, imagine um texto de outra pessoa...

quando eu tava tomando um banho, dia desses, eu pensava no que ela queria dizer com essa música.
pensando como eu, livia, cheguei a conclusão que ela tava realmente falando de um vestido estampado que pertencia a alguma mulher dela e que ela deu pra outra pessoa, já que como todos sabemos ela é "bi e daí?", né?!

só que aí, eu resolvi interpretar como se estivesse na pele dum professor de literatura afeminado(HUEHUEHUEHU)... chego então a idéia que o "vestido estampado" é como se fosse o sentimento, o amor. e, agora que entre ela e a outra pessoa(que provavelmente seja uma mulher, já que, repito, sabemos que ela é "bi e daí?") esse sentimento acabou, ela meio que fala pra outra "vai procurar alguém que te ame, que eu não amo".

...ainda não descobri qual é a interpretação certa. õ.ô"

domingo, 23 de dezembro de 2007

?! diferente = igual ?!

o que leva uma pessoa a achar-se melhor por ser diferente das demais?

deve ser muito louca uma pessoa que pensa que todas os outros, tirando ela e os amiguinhos freaks dela, são iguais. aí, essa pessoa me aparece numa comunidade do orkut chamada "outsiders", onde tudo segue uma lei, todos gostam das mesmas músicas, livros e quase tentam impor um padrão de "outsiderismo".

a cada dia que levanta a pessoa é diferente, não tem pra onde correr. você aprendeu algo ou chorou, perdeu, ganhou, machucou, tirou e por aí vai. todo mundo levanta da cama de um jeito diferente, come de manhã, não come, escova os dentes, não escova.
eu posso muito bem ler Dostoievsk e ouvir forró*, posso não? aposto que isso daria uma complicação pros outsiders, já que eu não seria nem uma insider por ler Dostoievsk e nem uma outsider já que eu escuto forró.

enquanto os outsiders buscam uma realidade onde cada um siga sua regra de acordo com o seu querer e sua diferença, eles mesmos impõem suas limitações. outsider que é outsider tem que ser um loser(ok, eles dizem que não são losers, só não gostam de interagir com pessoa que são iguais, normais e insiders), anti-social, que gosta de indie rock e leem aqueles russos dementes.

foi mal ai, mas as vezes eu dou graças a deus por ser, praticamente, uma insider. prefiro pensar que eu sou igual a todos e acabar sendo diferente, do que pensar que sou diferente e acabar sendo igual. já que, eu realmente acredito que as pessoas tem que ser totalmente diferentes e eles são, já.

talvez um dia chegue e essa história de modismo e pessoas sem personalidade acabe. pois, o que existe agora é a imitação, no íntimo todos são diferentes. no momento em que todos forem eles mesmos não vão existir insiders nem outsiders. já que todos serão diferentes, trazendo nessa característica a igualdade.




*não, eu não gosto nem de forró, nem de Dostoievsk. ;)


rolou a filosofia na ultima frase, hein?!
HUEHUEHUEHUEHU ;D

domingo, 16 de dezembro de 2007

eis o menino, o pé, a bota.

eis o menino que, em passos largos, traça o caminho, deixando pegadas. onde o delicado pé pousa fica sua marca.

vê-se que a marca deixada já não é do pequeno pé infantil, é, na verdade, de uma pesada bota de couro que o fraco menino carrega em cada passo.

nos caminhos seguidos pelo o menino a marca da velha bota foi deixada. já hoje quando este tira a bota, não mais reconhece a pegada delicada de seu pequeno pé infantil. Pois, este já não é delicado, tampouco infantil.




-ontem isso me pareceu genial, hoje já perdeu todo o charme.